09/11/20 - O estupro da censura

A censura existe e é incontestável nos casos em que as pessoas não admitem que se tenha outra opinião.





Um dos temas do momento é a demissão do colunista Rodrigo Constantino de vários grupos jornalísticos dos quais ele participava.


Resumindo a situação, houve um julgamente de estupro em que o réu foi inocentado de uma forma que acabou ocasionando muita polêmica.

E Constantino se posicionou contrariamente à postura da vítima, alegando que "não faria denúncia caso a filha (de Constantino) dissesse que foi estuprada estando bêbada."


Independente da declaração de Constantino ter sido infeliz ou machista, seu desligamento de diversas empresas jornalísticas do país mostra que, hoje em dia, existem dois tipos de temas polêmicos:


Aqueles em que se pode tomar partido, e os que não.


Os temas em que se pode tomar partido sempre pendem para dois lados, bem distintos, contrários e visíveis.


E existem argumentos, claros ou não, na maioria das vezes subsidiados por opiniões fortes, inflamadas até, que justificam como e porquê cada um dos lados é o mais indicado a ser seguido ou adotado.

Exemplos destes assuntos em que a polarização de opiniões ocorre não faltam:

Proibir ou liberar a maconha.

Usar Cloroquina ou não.

A Terra é redonda ou plana.

Liberar armas ou proibi-las.

Lula ou Bolsonaro.

Trump ou Biden.

Esquerda ou direita.

Religioso ou ateu.

Inter ou Grêmio.


A polarização acontece e é bem visível nestes e em tantos outros casos, onde se vê desde justificativas e argumentos razoáveis até simples opiniões fortes e discursos revoltados, pendendo para ambos os lados.


Aqui a balança fica no meio e ambos os grupos conseguem se manifestar e expor sua opinião de igual pra igual. Impulsionados por multidões que se apoiam e se sustentam, os lados acabam ficando equilibrados, independente de serem certos ou errados.


Mas aí surgem os temas em que não se pode tomar partido.


Por exemplo, o estupro.

O estupro sempre será um ato de violência do homem contra a mulher.

O homem sempre será o culpado. A mulher sempre será a vítima.

Revogam-se as disposições - e opiniões, e casos - em contrário.

E ponto final.


Algo semelhante ocorre, em maior ou menor grau de despolarização em relação a diversos outros assuntos.


Nazismo.

Excesso de animais de estimação no mundo.

Contestar a existência de Deus.

Racismo.

Homossexualidade.

Aborto.


Aqui há pouca ou nenhuma possibilidade para discussão.


Há apenas um lado estabelecido, somente uma opinião formada, aceitável, correta.


E quem quer que pense o que quer que seja ao contrário sempre será visto como estando ERRADO e tendo uma atitude condenável.


O fato é que, independente disso ser bom ou ruim, nesses casos em que a polarização não ocorre existe apenas uma multidão que apóia um único ponto de vista, e ninguém com convicção, coragem ou argumentos suficientes para dizer algo contra.


A balança pende para um único lado.

O debate não é permitido.

A censura torna-se aceitável. Incontestável.


E comentaristas como Rodrigo Constantino perdem seus empregos.


E você? O que acha desse assunto?

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Um abraço e até o próximo #PensamentoPorMimMesmo

#RodrigoConstantino #Polarização #Censura #Machismo #Estupro

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